Ave Maria Sertaneja*

No sertão de céu aberto,
Entre mandacaru e chão,
Surge a fé que é por certo,
Sustento de todo irmão.

Ave Maria, mãe divina,
Do sertão és protetora,
Em cada prece se inclina,
A tua luz salvadora.

Nas noites de lua cheia,
Teu manto brilha no céu,
E a fé sertaneja anseia,
Por teu amor, doce véu.

Sob o sol quente e a seca,
O povo mantém a esperança,
A vida aqui é sofrida,
Mas não se perde a confiança.

Ave Maria, mãe querida,
O sertão te faz oração,
És estrela sempre viva,
No peito de cada cristão.

No barulho da enxada,
No cantar do sabiá,
Tua presença é sagrada,
A nos guiar e a cuidar.

Quando a chuva tarda a vir,
E o solo clama por vida,
O sertanejo a te pedir,
Que sua prece seja ouvida.

Ave Maria, sertaneja,
No sertão és a rainha,
Tua graça nos enseja,
O milagre da vida, a linha.

Entre cactos e o espinho,
Entre a seca e a fartura,
És o nosso doce ninho,
Nosso alívio na amargura.

Oh, mãe de todos nós,
Nos teus braços queremos estar,
Na alegria ou na foz,
Do nosso rio a cantar.

Ave Maria, mãe amada,
Nos conduz por esse chão,
Tua luz sempre guardada,
No sertão e no coração.

Autor: Antonio Glauber Santana Ferreira