Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 13 de junho de 2024 dia de Santo Antônio, o Santo casamenteiro.

Em Aracaju, onde até as garças usam guarda-chuva e os peixes consideram tirar férias das enchentes, a Defesa Civil, sempre precavida, resolveu emitir um alerta de chuvas moderadas. Mas a verdade é que, com 194mm de água caindo do céu só neste mês, até as nuvens já estão de colete salva-vidas. Os aracajuanos já desenvolveram a habilidade de andar com pés de pato e sombrinha, num verdadeiro balé aquático nas ruas alagadas.

Enquanto isso, Fortaleza se transformou em palco de uma novela policial. Suspeitos de aplicar golpes em Sergipe e outros estados foram presos, mostrando que os estelionatários, além de criativos, são também grandes admiradores do turismo nacional. Usavam dados de processos judiciais para lesar pessoas, o que nos faz pensar se não deveriam receber um prêmio de criatividade em algum festival de cinema de crimes.

E em Sergipe, mais precisamente na frente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), um grupo de professores de 26 municípios levantou suas vozes em protesto. Eles cobravam o pagamento do piso da categoria. É quase poético ver educadores, aqueles que moldam o futuro, lutando contra a inércia governamental com a tenacidade de uma maré cheia. Talvez o TCE, que deveria fiscalizar a aplicação dos recursos, esteja mais preocupado em aprender com os professores do que em ouvi-los.

No entanto, nem tudo é tempestade e revolta. Na zona norte de Aracaju, fiéis celebram o dia de Santo Antônio, o santo casamenteiro. Talvez esperando que, além de unir casais, ele também consiga unir o céu e a terra numa trégua com as águas, porque, convenhamos, já estamos todos cansados de nadar.

Por falar em união, do outro lado do oceano, Biden e Zelensky assinam um acordo precursor para a entrada da Ucrânia na Otan. O G7, mostrando uma generosidade inesperada, decide usar os rendimentos de ativos russos para emprestar bilhões ao país. Parece que a política internacional virou uma espécie de jogo de tabuleiro, onde as peças se movem com a leveza de quem segura uma xícara de chá em meio a uma tempestade.

E se no mundo dos poderosos as coisas são jogadas estratégicas, na vida dos comuns, a Mega-Sena acumula e chega aos 47 milhões de reais. As dezenas sorteadas são motivo de suspiros e esperanças renovadas. Quem sabe, num lance de sorte, alguém possa se ver livre dos boletos e das goteiras no teto.

Ainda no capítulo das emoções, Mauro Cid e o pai são intimados a depor novamente à PF, desta vez sobre uma nova joia saudita. É quase como se estivéssemos assistindo a um folhetim, onde a cada semana uma nova reviravolta nos prende à trama.

Para completar o cenário de surrealismo, uma porta de avião bimotor se abriu durante voo entre Recife e Maceió. Os passageiros, certamente treinados em técnicas de meditação e autocontrole, seguraram a abertura enquanto a outra parte da porta estava completamente aberta. Nada como um voo com ar condicionado natural e emoção garantida.

E, como se não bastasse, a Nasa transmitiu por engano uma mensagem de emergência na Estação Espacial Internacional. A confusão gerou especulações sobre uma possível emergência, mas a agência logo tratou de desmentir. É reconfortante saber que, mesmo a milhares de quilômetros acima da Terra, os humanos ainda conseguem se atrapalhar com um simples botão.

E assim, vamos navegando pelas águas incertas de junho, com a certeza de que o humor, a ironia e a resiliência são nossas melhores companhias. Afinal, a vida é essa grande crônica escrita com gotas de chuva, risos e metáforas.

Autor: Antonio Glauber Santana Ferreira