POESIA

Evanescente

Evanescente
Publicado em 30/10/2024 às 0:03

Entre névoas sutis, teus passos se perdem,
ecos de um tempo que foge, se esconde,
e no véu do instante que se dissolve,
és sombra e luz, promessa que não responde.

És gota de orvalho na folha caída,
pétala ao vento que a brisa sussurra,
um fio dourado, um sopro de vida,
vagando entre o que fica e o que murmura.

Como as ondas que morrem na areia,
abraça o silêncio e logo desiste,
no ar suspenso, teu vulto vagueia,
eterno adeus de quem nunca existe.

E assim és lume que o vento apaga,
estrela ao longe, que mal se distingue,
um suspiro que em silêncio vaga,
evanescente, no tempo que extingue.

Autor: Antonio Glauber Santana Ferreira

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