As notícias do dia 16 de outubro de 2024

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Por Antonio Glauber Santana Ferreira – Japaratuba-SE

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E o grande palco da vida real continua. No centro, a plateia assiste ao espetáculo da Deso, onde mais de 580 funcionários se despedem voluntariamente, como quem sai de cena em um teatro sem aplausos. A promessa de investimento bilionário para ampliação de água e esgotamento parece uma miragem no deserto. É como se, ao final da peça, eles saíssem pela porta dos fundos, enquanto o enredo promete um final feliz que, ironicamente, nunca chega para o povo sedento.

Enquanto isso, nas residências de Aracaju, o verdadeiro inimigo da população não é mais o ladrão do portão, mas o inquilino indesejado que mora no fundo da caixa d’água: o Aedes aegypti. Quase 98% dos criadouros residem por lá, como hóspedes que se recusam a sair. O índice de infestação é baixo, dizem, mas o mosquito, pequeno como é, se diverte na sombra das estatísticas. Pequeno, mas capaz de grandes estragos, um verdadeiro David enfrentando o Golias da saúde pública.

Falando em golpes, Sergipe se tornou palco de mais uma farsa digital: um golpe milionário travestido de site financeiro. O comerciante vítima, talvez acreditando que navegava nas águas calmas da internet, de repente viu sua conta secar como rio em tempos de seca. Aqui, a água não falta, mas o dinheiro evapora em meio à astúcia de um clique. O vilão moderno não usa armas; ele se esconde por trás de uma URL.

Na Universidade Federal de Sergipe, a votação ratificou a vitória em favor da chapa “UFS da Gente”, que levou o primeiro lugar. Com mais de 10 mil votos, André Maurício e Silvana Bretas preparam-se para assumir a nave da educação da UFS.

E, como sempre, a esperança se materializa em números: o concurso da Lotofácil traz uma nova promessa de fortuna, como um pote de ouro no final de um arco-íris que, convenhamos, pouquíssimos veem. Dois felizardos acertaram os 15 números, e quem sabe, entre apostas e sonhos, alguém já esteja planejando a viagem ao paraíso, ou talvez uma reforma naquela casa onde o mosquito Aedes ainda reina.

Fora do Brasil, o mapa da violência escolar revela um triste título: a Costa Rica, com toda a sua beleza natural, lidera o ranking de bullying no mundo, enquanto o Brasil, sempre bem posicionado em rankings tristes, ocupa o 16º lugar. Aqui, a desigualdade social e a violência urbana dançam juntas, como casal maldito que transforma as escolas em arenas de combate emocional. Bullying, essa fera invisível que devora sonhos e infla o ego dos opressores, ganha medalha de ouro em humilhação.

Por fim, o apagão em São Paulo, que já dura desde o dia 11, continua sendo o lembrete de que a modernidade é frágil. A Enel, como se fosse a vilã da novela, é agora o alvo do TCU, que exige respostas em tempo real. Mas a realidade é que, enquanto as luzes não voltam, o povo paulista tenta sobreviver à escuridão. O temporal trouxe o caos, mas a falta de energia parece ser apenas mais uma metáfora para a desconexão entre quem deveria servir e quem espera ser servido.

E assim seguimos, como personagens dessa grande comédia tragicômica que chamamos de vida. Hoje é a Deso, amanhã é o mosquito, e depois de amanhã, quem sabe? O próximo capítulo já está sendo escrito.