Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 04 de junho de 2024.

As notícias do dia 4 de junho de 2024 parecem ter sido desenhadas pelo próprio Deus do humor negro. As terras sergipanas, cenário de tantas lutas e batalhas, agora se veem em meio a uma tragicomédia de erros, onde o TRE determinou que o PSDB devolva mais de R$ 900 mil. Imagine só! Os políticos, aqueles mesmos que são mestres na arte da retórica vazia, esqueceram-se de uma pequena formalidade: prestar contas. Como se esquecer de pagar a conta no bar, mas em vez de cervejas, estamos falando de cifras astronômicas. A desembargadora, com o rigor de um bedel escolar, impôs sanções diversas, mas o partido, em uma pantomima digna de um Oscar, preferiu manter-se calado. Quem diria que a falta de transparência poderia custar tão caro?

Em um movimento que só pode ser comparado ao famoso ditado “não adianta tapar o sol com a peneira”, o governo de Sergipe autorizou a concessão parcial dos serviços da Deso. O Tribunal de Justiça já havia negado o pedido de anulação do processo no mês passado, mas o governo, em um salto mortal de otimismo, resolveu seguir em frente. Talvez acreditem que, concedendo parcialmente os serviços, possam dar uma de Houdini e escapar da ira popular.

No meio desse circo de burocracias e manobras políticas, o advogado Aurélio Belém foi nomeado como juiz substituto do TRE-SE. Quem sabe ele não traz um pouco de luz a esse teatro das sombras? Ou talvez só acrescente mais um ato ao drama jurídico que se desenrola por essas bandas.

Enquanto isso, no Rio de Janeiro, a chuva decidiu dar o ar da graça, mas como sempre, de forma exagerada. Bairros como Botafogo e Copacabana ficaram mais parecidos com Veneza do que com a Cidade Maravilhosa. Os trens, esses heróis incansáveis do transporte público, tiveram que parar em várias estações. Se Dante Alighieri vivesse hoje, certamente incluiria o sistema ferroviário carioca em um dos círculos do inferno.

Em um plot twist digno de novela mexicana, o desperdício de água no Brasil diminuiu pela primeira vez em seis anos, mas ainda está longe de atingir a meta. É como comemorar que o Titanic está afundando mais devagar. Um estudo apontou que 37,8% da água tratada é perdida antes de chegar às residências. É quase como se as tubulações fossem, na verdade, um imenso queijo suíço.

A Justiça do Rio de Janeiro, sempre pronta para um ato de última hora, deu 48 horas para a agência de viagens online Hurb reembolsar seus clientes. Caso contrário, uma multa de R$ 10 mil por dia será aplicada. Parece que o Hurb aprendeu a velha lição de que prometer viagens de sonho pode acabar em pesadelo financeiro.

E lá fora, além-mar, o cálculo eleitoral de Biden ao restringir a imigração ilegal na fronteira com o México soa mais como uma partida de xadrez político. Na Índia, a vitória de Modi tem gosto de derrota, com a oposição freando seus planos ambiciosos. Na Europa, a Eslovênia juntou-se a Espanha, Irlanda e Noruega no reconhecimento da Palestina como Estado. Israel, claro, não ficou nada contente e já convocou embaixadores. Parece que a diplomacia internacional é um jogo de empurra-empurra sem fim.

Ah, essas notícias, tão cheias de reviravoltas e ironias! Se a vida é um palco, como dizia Shakespeare, então as notícias são as peças mais hilárias e trágicas que podemos assistir. Eu, Antônio Glauber, sou apenas um cronista que observa e relata, com a certeza de que, nesse teatro do absurdo, a realidade sempre supera a ficção.

Autor: Antonio Glauber Santana Ferreira