REFLEXÃO

Somos poeira ao vento

Somos poeira ao vento
Publicado em 22/09/2024 às 16:33

Somos poeira ao vento, fragmentos mínimos de existência carregados por brisas invisíveis. Nascemos da terra, dos mistérios do universo, de átomos que já foram estrelas, que se desintegraram em explosões cósmicas para, um dia, nos dar forma. A poeira que somos se espalha, se une e se separa, em uma dança ininterrupta de encontros e despedidas.

Em nosso breve sopro de vida, acreditamos ser mais que partículas flutuantes. Construímos mundos, ergueremos muralhas, perseguimos sonhos como se o infinito estivesse ao alcance das mãos. Mas somos, na verdade, uma breve passagem, uma transição efêmera entre o que já foi e o que ainda será.

Como poeira ao vento, somos conduzidos por forças que não compreendemos. Ora levados pela tempestade, ora pela brisa suave, e há momentos em que repousamos, apenas para sermos erguidos novamente pelo próximo vendaval. E, nessa trajetória errática, nos misturamos, nos confundimos, nos perdemos. Mas, mesmo assim, deixamos rastros, ainda que imperceptíveis.

Assim seguimos, dispersos, em busca de sentido, tentando cravar na eternidade nossa breve presença. Mas, no fundo, sabemos: somos poeira ao vento, a dançar na imensidão. E nessa dança, encontramos, talvez, a essência da vida — a leveza de saber que, mesmo pequenos, fazemos parte do todo, e que, no final, voltaremos a ser apenas poeira, a flutuar na infinita serenidade do universo.

Por Antonio Glauber Santana Ferreira — Japaratuba-SE

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