Era uma vez uma barata teimosa chamada Belina, que vivia em uma pequena vila no coração de um bosque. Ela tinha uma casca dura e brilhante, e suas antenas longas e espertas sempre estavam em movimento, farejando novas aventuras. Porém, Belina tinha uma característica peculiar: era extremamente teimosa. Não importava o que os outros insetos dissessem, ela sempre fazia as coisas do seu jeito.

Certo dia, Belina decidiu que queria atravessar o riacho que cortava a vila. Todos os insetos sabiam que o riacho era perigoso, com suas águas turbulentas e pedras escorregadias. As formigas, sempre prudentes, aconselharam Belina a não tentar atravessar o riacho sem ajuda. A borboleta, com sua experiência de voar sobre o riacho, sugeriu que Belina esperasse um dia mais calmo, quando a correnteza estivesse menor. Mas a barata teimosa ignorou todos os conselhos.

“Eu sei o que estou fazendo!”, insistiu Belina. “Não preciso de ninguém para me dizer como atravessar um simples riacho!”

E assim, determinada a provar que estava certa, Belina foi em frente. Ela saltou sobre uma pedra, depois sobre outra, mas as águas agitadas do riacho começaram a empurrá-la. Suas patas escorregaram na superfície molhada e, antes que pudesse perceber, caiu na correnteza.

Os insetos, assistindo da margem, gritaram por ajuda, mas Belina, ainda teimosa, tentou nadar contra a correnteza sozinha. “Eu consigo! Eu consigo!” repetia para si mesma. Mas a água estava forte demais, e Belina foi arrastada rio abaixo, batendo nas pedras e lutando para não se afogar.

Finalmente, uma folha grande e seca, que flutuava pelo riacho, passou por Belina. Sem forças para continuar teimando, ela se agarrou à folha e foi levada até a margem oposta, exausta e envergonhada.

Quando os outros insetos a alcançaram, Belina, agora mais humilde, agradeceu a todos pela preocupação. Compreendeu que sua teimosia quase a levou a um destino trágico e que, às vezes, é sábio ouvir os conselhos dos outros.

Desde então, Belina continuou a ser uma barata corajosa e aventureira, mas aprendeu a ser menos teimosa e a considerar as palavras de seus amigos. E, por isso, viveu muitas outras aventuras, porém, com mais sabedoria.

Moral da história: A teimosia pode nos levar por caminhos perigosos, mas a sabedoria de ouvir e aprender com os outros nos ajuda a evitar armadilhas e perigos.

Autor: Antonio Glauber Santana Ferreira – Japaratuba-SE