CRÔNICA

Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 25 de agosto de 2024

"Domingo de Asfalto e Fogo: Entre Promessas, Catástrofes e o Milagre da Santa Eleição"

Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 25 de agosto de 2024
Publicado em 26/08/2024 às 6:56

Entre Asfaltos Milagrosos e Chamas Implacáveis: O Domingo de Contradições e Ironias no Brasil e no Mundo

Por Antonio Glauber Santana Ferreira – Japaratuba-SE

O Brasil, terra onde o asfalto é tão raro quanto a chuva no sertão, resolveu agraciar os cidadãos de Propriá com uma benção inesperada: o milagre do asfaltamento. As estradas que antes mais pareciam labirintos lunares, agora prometem se transformar em passarelas de concreto. A prefeitura, com seu cajado de topógrafo em mãos, decretou que o caminho do povoado São Miguel até o lendário Tanque dos Cavalos será coberto por uma nova camada de esperança preta e viscosa. Claro, com a eleição se aproximando, a Santa Eleição já começou a fazer milagres, curando buracos, asfaltando promessas e pavimentando votos.

Enquanto isso, no fronte sergipano, o tiroteio não é de bala, mas de palavras que cortam como punhais de rádios AM e FM. Itabaiana e Lagarto se transformaram nas novas trincheiras da comunicação bélica, onde cada locutor é um soldado, cada comentário uma granada, e a verdade… Bem, essa é como uma bandeira branca que ninguém ousa levantar. É guerra no dial, meu povo! Bate-boca e babado, tudo regado a uma dose extra de veneno político, servida em copos de plástico, enquanto o povo espera o próximo escândalo como se fosse a novela das oito.

Falando em novelas, o estado de São Paulo vive uma trama de fogo e fumaça. A paisagem, que deveria ser de progresso e concreto, se transformou em um cenário de filme apocalíptico, onde as chamas dançam e a destruição é o enredo principal. Mais de 20 mil hectares já viraram cinzas e duas vidas se perderam no meio dessa tragédia. A Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, declarou que a situação é “atípica”. Mas convenhamos, atípico mesmo é ver o fogo agir como um velho conhecido, com toda a sua naturalidade infernal. E quem seriam os vilões dessa história? Dois piromaníacos de plantão, que celebravam o fogo como se fosse uma festa junina às avessas. Fogueiras que não aquecem corações, mas sim queimam esperanças.

Já no Alasca, o frio decidiu fazer uma pausa para um deslizamento de terra, provando que até os extremos congelados têm seus momentos de calor desconcertante. E lá vai mais uma alma ser tragada pela força da natureza, que não perdoa nem quem tenta sobreviver em terras de gelo.

Enquanto isso, na Sicília, a justiça está procurando os culpados do naufrágio do iate que o mar decidiu engolir o que restava de luxo e poderio britânico, levando junto um bilionário e sua filha em uma daquelas ironias do destino que o dinheiro nunca consegue prever. A promotoria, claro, agora caça o capitão do iate afundado, como se fosse um pirata dos tempos modernos, mas sem o tesouro escondido ou a bandeira negra para abanar.

E em uma outra fronteira distante, Israel e Hezbollah continuam a brincar de guerra fria, mas sem a sutileza dos antigos espiões. Trocam tiros, trocam ofensas, calibram ataques, mas no fundo, todos sabem que esse jogo de xadrez sangrento não vai levar a um xeque-mate. Pelo menos por enquanto.

Ah, que domingo! As notícias correm como cavalos selvagens, difíceis de domar, mas cheias de ironias e absurdos. O mundo, afinal, é uma grande ciranda de catástrofes e milagres, onde o asfalto e o fogo caminham lado a lado, sob o olhar atento e perplexo dos que ainda têm coragem de ler as manchetes.

Assim, envolto nas metáforas da vida real, seguimos tentando entender o que, de fato, se esconde por trás da fumaça e das promessas de asfalto. Afinal, quem nos salvará? A Santa Eleição ou o velho e bom senso crítico que teimamos em esquecer no fundo da gaveta?