CRÔNICA
Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 14 de agosto de 2024
Notícias do dia 14 de agosto de 2024
Por Antonio Glauber Santana Ferreira – Japaratuba-SE
No grande teatro da vida, onde as cortinas se abrem ao som de manchetes e notícias, o palco do dia 14 de agosto de 2024 trouxe um espetáculo cheio de nuances e ironias dignas de uma peça shakespeariana. O enredo, claro, não poderia ser mais diversificado: de pequenos avanços em Sergipe a javalis destemidos na China, passando por decisões judiciais e reviravoltas acadêmicas nos Estados Unidos. Vamos ao espetáculo!
Sergipe, nosso pequeno e bravo estado, decidiu dar um passo à frente no ensino fundamental, mas, ao que parece, ficou preso em uma dessas armadilhas de areia movediça. O Ideb, esse infalível juiz dos nossos esforços educacionais, cravou 5,4 pontos para os anos iniciais do fundamental, um avanço de 0,1 ponto acima da meta. Ah, mas que vitória retumbante! É como aquele maratonista que chega em último lugar, mas comemora porque, afinal, completou a corrida. Abaixo da média nacional, dizem os críticos. Mas, convenhamos, em tempos de “pelo menos”, não estar na rabeira total já é um troféu de honra ao mérito.
Enquanto Sergipe tentava sair do lamaçal educacional, em Aracaju, o corpo de um turista norte – irlandês, que teve a infeliz sorte de cruzar os mares e encontrar o fim em terras tropicais, aguardava o último voo para casa. Uma tragédia que escapa à ironia, mas não ao drama global de nossas conexões humanas. O destino, caprichoso como sempre, brincou de roleta russa com a vida do viajante.
E por falar em voos, a fumaça das queimadas em Rondônia fez o favor de cancelar e desviar alguns deles. Parece que o céu de Porto Velho, tingido de cinzas, decidiu que não era dia de visitas. A aglomeração no aeroporto, um déjà vu pandêmico, mostra que o caos tem sempre um jeito de reinventar suas desculpas para atrasos e transtornos.
Mas nem tudo é caos sem sentido. Em um ato de benevolência, a Justiça, sempre com sua toga e martelo em punho, resolveu proibir o WhatsApp de brincar de espião com nossos dados. Meta, a mãe controladora do WhatsApp, Instagram e Facebook, tem 90 dias para aprender que não pode mais bisbilhotar nossas vidas para vender anúncios. A ironia? Mesmo quando ganhamos, continuamos prisioneiros de escolhas que parecem ter sido feitas por outros.
E para aqueles que ainda acreditam na sorte, a Mega-Sena promete R$ 50 milhões na quinta-feira. O sonho dourado de muitos, enquanto a bolsa sobe aos céus e o dólar flerta com novas alturas. A dança dos números continua, com Ibovespa e dólar em um tango econômico que só os grandes investidores parecem entender.
Enquanto isso, na China, um javali resolveu que a vida selvagem não era suficiente e invadiu uma estação de trem. O animal, em uma fuga digna de Hollywood, quebrou vidraças e correu para a liberdade, deixando passageiros e seguranças perplexos. Um lembrete de que, às vezes, as fronteiras entre o civilizado e o selvagem são mais frágeis do que gostaríamos de admitir.
Por fim, do outro lado do Atlântico, a reitora da Universidade de Columbia, nos EUA, decidiu que já havia enfrentado protestos estudantis o suficiente e renunciou ao cargo. Minouche Shafik, que um dia empunhou o cetro da autoridade acadêmica, se viu encurralada por críticas e, quem diria, por sua própria gestão de uma crise. Às vezes, o trono mais alto é o mais solitário.
E assim, o dia 14 de agosto de 2024 se encerra, com suas ironias, tragédias e comédias. No teatro da vida, as cortinas se fecham, mas o show, como sempre, deve continuar.