Crônica do Professor Antonio Glauber sobre as notícias do dia 20 de junho de 2024

O dia amanheceu com um gostinho de arraiá e uma pitada de surrealismo, daqueles que só Sergipe pode oferecer. No epicentro das quadrilhas juninas, o ator japaratubense Jad Rocha brilha como estrela em noite de São João. Indicado a uma premiação no Rio de Janeiro, é quase como se um sanfoneiro tivesse sido convidado a tocar no Carnegie Hall. A cena cultural local vibra, e o coro é unânime: “Viva Jad! Que não deixa ninguém parado, nem mesmo os mais rígidos jurados!”

Enquanto Jad esbanja talento e arrasta multidões em suas apresentações, um drama canino se desenrola em Aracaju. Um cãozinho foi resgatado de uma residência onde a dona, adornada com uma tornozeleira eletrônica, mais parecia personagem de novela. Três pessoas, todos agora sob o holofote das investigações, acusadas de maus tratos. A ironia é palpável: um animalzinho vítima de seres que deveriam estar sob vigilância e não no papel de algozes.

Em outro ponto da cidade, o edital de licitação do Transporte Público da Grande Aracaju foi publicado. As empresas se preparam para uma concorrência nacional, uma dança de cadeiras onde cada movimento pode determinar quem leva o prêmio maior. Quem diria que um documento oficial poderia ser tão aguardado quanto um capítulo final de série?

O Forró Caju, com sua energia contagiante, alterou o trânsito no Centro da capital. As ruas dançam conforme a música, e os motoristas ensaiam passos de paciência e improviso. A cidade se adapta, assim como os seus habitantes, em um balé diário entre buzinas e baiões.

E enquanto o Copom mantém a Selic em 10,50%, o mercado suspira aliviado. A decisão unânime é a melodia que acalma os ânimos, um sinal de que, pelo menos no Banco Central, a política e a técnica ainda conseguem dançar em harmonia.

Em Brasília, a greve dos professores da UnB chega ao fim. Aulas retornam no dia 26 de junho, e os estudantes voltam às salas de aula, trocando a agitação das manifestações pelo desafio dos estudos. A calmaria pós-tempestade, com um toque de esperançosa renovação.

No cenário meteorológico, o primeiro fim de semana do inverno será de calor na parte central do país e chuvas no Sul. O ‘veranico’ que insiste em não ir embora é uma metáfora perfeita para a resistência brasileira: mesmo em tempos de frio, o calor humano prevalece.

E em uma reviravolta que só a vida pode proporcionar, Roberto Baggio, ícone do futebol mundial, foi agredido durante um assalto em sua casa. O chute que outrora deu ao Brasil o tetra agora parece uma ironia cruel, com Baggio vítima de um ato violento. A realidade se impõe, lembrando que heróis também sangram.

Por fim, a triste história de exploração humana em meio ao luxo. Na família mais rica do Reino Unido, um empregado doméstico trabalha 18 horas por dia por míseros R$ 50, sem direito a liberdade. A justiça britânica se debruça sobre acusações de tráfico humano e exploração laboral. Um lembrete amargo de que, em qualquer latitude, a ganância pode transformar seres humanos em meros instrumentos de opressão.

E assim, navegamos pelas notícias do dia 20 de junho de 2024, onde a realidade se mistura com o inusitado, em um ritmo que só o Brasil consegue compor.

Escrito por Antonio Glauber Santana Ferreira